Mário Rui
Setúbal
Lá vai o homem do bote, serenamente percorre as águas do Sado, na cara as marcas do sol, do sal, do vento, e da friagem da madrugada, leva nas mãos ásperas a dureza dos dias. No bote os restos de frrrade de choque sarapintam de preto todo o interior do bote.
E vai deslizando, sem pressa de chegar, olhando a cidade como se fosse a primeira vez, vai numa reflexão solitária. A liberdade escorregando-lhe pelos ombros.
Que mais importa, senão a sensação de se estar vivo, pleno, soberbo naquilo que se é.