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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Em que pensas tu Alicinha?

10
Mai18

 

Ilustração Tomomi Yoshizawa

 

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...

 

 

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

 

 

Se perguntássemos ao poeta o que ele pensa do mundo, ele responderia:

Não sei. Pra mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas)

Sendo assim, sua negação à metafísica fica enfatizada quando o poeta nos pergunta:

 

Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber pra que vivem
Nem saber o que não sabem?

 

 

 

Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa.

 

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