Do outro lado
Podemos esgotar a vida a tentar fazer aquilo que não sabemos, a ultrapassar os medos e as inseguranças. Por vezes com tantas tentativas falhadas que nos levam à exaustão, ao desalento e até à desistência do objectivo. Fazêmo-lo porque à luz da sociedade é bastante valorizado sermos insistentes naquilo que não somos capazes. Então como num martírio lá vamos nós dia a dia, passo a passo, esperando que chegue a ocasião de sermos elogiados pelo que conseguimos. Raramente começamos pelo outro lado, por aquela coisa que já sabemos, aumentando lentamente esse saber, chegando à plenitude de que não há mais nada por aprender e passar para outro assunto com outra confiança, com outro estado de espírito, com outra vontade. Apostando primeiro naquilo que nos deixa feliz, para que o resto seja apenas mais uma mera coincidência.