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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Crianças em risco

10
Mai20

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O desaparecimento da menina Valentina de nove anos de idade, nestes dias de confinamento, trouxe hoje à nossa realidade um desfecho macabro, pois o pai e a madrasta foram os autores confessos deste hediondo crime. Na notícia televisiva, disseram que esta criança já havia sido sinalizada pela protecção de menores, numa outra vez que saiu de casa do pai. Com as escolas fechadas, muitas crianças estão mais expostas à violência doméstica  e ficam sozinhas à mercê destas bestas, e são também as crianças que são sujeitas depois às psicoterapias, aos pais a avaliação psicológica e a obrigação de tratamento parece não existir. Havendo assim um círculo vicioso, em que a criança é duplamente penalizada, como se fosse ela o adulto e a culpada de viver certos tipos de situação. A Valentina é um rosto, agora visível, mas muitos outros existem sem que ninguém desconfie, ou seja porque pensa que a violência é um quadro que se pode ver a olho nu, quando na verdade a violência pode ser silenciosa, envergonhada, e até sorridente. Para se conseguir saber é necessário estarmos atentos a tudo, por isso trabalhar numa escola não pode ser para qualquer um, nem é um trabalho fácil e rotineiro. Quando alguém me pergunta "queres ser minha mãe?", eu sinto que não estou ali a trabalhar, estou muito mais para além do ordenado. Sinto-me em sentido de missão. As crianças em risco deveriam ser protegidas como únicas e não como mais uma. 

 

 

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