Ilustração Lidia Tomashevskaya

Se eu um dia tiver que avaliar alguém por aquilo que me dá, vou fazê-lo pela quantidade de sorrisos que me deu, pelo tempo que gastou comigo a ouvir-me, talvez acrescente os abraços e as flores. Darei também nota relevante à confiança e ao optimismo das conversas. Numa conversa banal sobre este tema, daquilo que damos e do que recebemos, alguém me disse: então, diga-me lá, o que é que me deu hoje? Dei-lhe um sorriso quando chegou. Não reparou? Respondi. Fiquei profundamente desiludida com a pergunta. E aquilo que me desilude leva-me ao marasmo. 

Alice Alfazema