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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

A última página

19
Jul20

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Ilustração Irene Blasco

 

Sentei-me e quando me levantei era outra. Li e quando acabei de ler as minhas ideias ficaram mais fluidas. Sorri e aliviei a pressão do meu não sorriso. Naquele pedaço de tempo viajou por onde queria uma mulher sentada, parecia que não saía do lugar, enquanto folheava as páginas daquele livro que continha grãos de areia da sua praia favorita, nalgumas folhas haviam manchas de sal, daquele mar especial, podia ter posto um marcador de madre-pérola, mas preferiu um pedaço de papel manchado de gelado de maracujá. Sentia a brisa marítima, à medida que virava cada folha, o bafo quente de Julho, um Julho silencioso, sem bailaricos de rua. Virou a última página daquela viagem, o sinal sonoro fê-la despertar daquele mergulho literário, largou as palavras nas páginas folheadas, guardou-as para depois e saiu para a rua. 

 

 

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