Daqui até ao Natal - 5
Ainda sobre fotografia, diz o José em comentário ao meu recorte anterior:
Nunca tirei uma fotografia de jeito: tudo tremido, até que deixei de tirar fotografias. Há anos, fomos mostrar o farol da Roca, a duas das nossas netas, uma cidadã de origem asiática atirou-me um tablet para as mãos, para lhe tirar uma fotografia com o farol. Ficou desesperada quando viu que eu só tinha apanhado o farol.
Que valente gargalhada eu dei ao ler isto, fez-me lembrar de um outro episódio de há muitos anos (é mesmo há muitos anos, não como agora que três anos já são considerados muitos), assim, há muitos anos o meu cunhado comprou uma máquina fotográfica nova e deu-nos a Canon "velha e pesada", pois bem aquilo tinha uma fita agarrada à máquina, servia para por ao pescoço, ou ao ombro, vai daí, eu que andava a caçar gambuzinos com a máquina, sempre com a fita ao pescoço - recomendação séria do meu marido - comecei a tirar flashs a torto e a direito, mentira que cada rolo dava apenas para tirar vinte a trinta e poucas fotos, com o entusiasmo retirei aquilo do pescoço e pousei a máquina, depois voltei à carga, tiro a foto e largo a máquina, o estrondo com que ela caiu no chão foi o suficiente para aquela malta me arregalar e revirar os olhos a um só olho, imagem que ficou gravada na minha mente para todo o sempre, tirando os anos que levei a ouvir "segura bem na máquina" ou "leva a máquina ao pescoço"... e por aí fora, não sei como sobrevivi sem fazer terapia, é o meu destino, já a minha mãe me dizia que eu tinha mãos de aranha.
Portanto é bom sabermos que não estamos sós em termos de aselhice.