Dei por mim a pensar: quem é que pinta as flores?
Num dia de muita chuva, pintaram um malmequer de amarelo clarinho, com a água a tinta desbotou, mas a flor ficou tão bonita que não se importou.
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Num dia de muita chuva, pintaram um malmequer de amarelo clarinho, com a água a tinta desbotou, mas a flor ficou tão bonita que não se importou.
Era preciso agradecer às flores
Terem guardado em si,
Límpida e pura,
Aquela promessa antiga
Duma manhã futura.
Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen
Ilustração Karina Lemesheva
A transformação da nossa energia é uma consequência do ambiente em que vivemos. Esta distância tem sido boa para verificar aquilo que disse na frase anterior. Ao estarmos distantes percebemos melhor o que está mal e o que está bem, o que podemos melhorar, e o que queremos que acabe. Tal como com as flores cada um precisa de uma energia diferente, claro que muitos se identificam, outros nem tanto, há quem se dê melhor na sombra, outros à janela, alguns dão-se melhor em ambientes húmidos, outros em climas quentes... a cada um a sua energia. Por vezes há quem queira ocupar o lugar à janela, mas a sua energia é dos pântanos, é natural que não floresça aí, apesar de todo o esforço envolvido. Uns podem ser arbustos, no entanto julgam-se árvores, outros serão árvores frondosas levadas a ser arbustos. Este tempo pode trazer consigo o melhor que existe em nós, mas não devemos nos esquecer, nem baixar a guarda, ao que existe de pior no ser humano que se encontra na busca da energia do outro.
Fotografia Carlo Galliani