Ser criança é algo a que muita gente não tem acesso. É viver tranquilo, livre da fome e das misérias humanas. Ser criança, é mais que ser baixinho, ter mãos pequeninas e risos eufóricos. É a oportunidade de ser e de crescer que fortalece a identidade, é um direito escrito. Ser realmente criança é a sorte de ter nascido de alguém que se preocupa, que abraça, que alimenta, que acarinha e que demonstra assertividade.
Ser criança neste mundo representa diversas versões e sortes:
A criança gorducha, a fofinha, a risonha, a birrenta, a branquinha, a loirinha, a preta, a amarela, a cigana, a esfomeada, a refugiada, a trabalhadora, a violada, a institucionalizada, a hiperactiva, a extrovertida, a tímida, a líder, a modelo, a comilona, a feminina, a masculina, a magricela, a sardenta, a caixa de óculos, a esfarrapada, a de outra raça, a indígena, a ultra fofinha, a ranhosa, a piolhosa, a doente, a coradinha, a estúpida, a burra, a inteligente, a dos outros, a nossa.
Alice Alfazema