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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Inquietação

21
Nov22

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Há muito tempo que não aprecio esta paisagem com o sentimento de tranquilidade em mim, é-me impossível esquecer a actualidade, a guerra na Ucrânia, uma mortandade pavorosa que cresce a cada dia, o frio gélido que se aproxima a passos galopantes, tanto sofrimento em causa da Liberdade. Foi sempre assim, a necessidade de sofrimento para uma qualquer libertação, até as histórias de amor são verdadeiras odes ao sofrimento, como se não houvesse amores felizes. Nada disto é tranquilo. Dificilmente vamos passar deste patamar. Escorrem as regras, através das garras que mais fincam, sejam elas do poder, do dinheiro, da ignorância, não importa onde, não importa quem, vão-se aos poucos os que guardavam as memórias de um mundo real - como quem guarda tesouros para repartir - daqui a nada pouco será contado, as vozes calam-se à medida em que se sentem ser inúteis, diria até, ridículas. Todos os dias morremos um pouco, menos válidos que antes.