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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Almocinho de domingo

20
Jun21

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Durante muitos anos a minha alimentação foi essencialmente à base de peixe, peixe bem fresco, acabado de pescar pela madrugada, lá em casa era raro comer-se peixe ou carne congelada. A não ser quando o velho lobo do mar chegava da Mauritânia e trazia garoupas, pargos rosados, lagostas, corvinas, cada posta ultrapassava largamente o diâmetro do prato, nessa altura eu não sabia o quanto era privilegiada por ter à mesa destes manjares, desconhecia completamente o que era carne com gordura, nem sabia que se cozinhava entremeada, só a partir dos vinte cinco anos conheci tal iguaria. 

A minha cozinha cheira a Algarve e a Alentejo, muitas das vezes os dois se misturam, trazendo deliciosas memórias que teimo em partilhar. De há dois anos para cá que voltei a privilegiar a compra de produtos locais, são sabores  mais genuínos, com pouco tempo de recolha entre o produtor e o consumidor, são produtos da época, com a sabedoria da Natureza. Hoje deliciei-me com morangos maduros da zona de Palmela, grelos de couve-nabo, chocos frescos da nossa costa de entre outros que comprei. 

Há quem afirme que os produtos são mais caros que nas lojas comerciais onde existem variadas promoções, não vejo isso, sendo que hoje comprei os morangos a euro e meio o quilo, ora onde é que se conseguem promoções destas nos super, vendem sim a esse preço mas é só meio quilo, alfaces tenras e saborosas a cinquenta cêntimos, e não são pequeninas, toda a fruta tem a doçura que o sol lhe confere. 

Encanta-me aquela relação de proximidade entre quem produz e quem compra,  é um gosto ver o orgulho com que descrevem os seus produtos. Encantam-me aquelas mãos de dedos grossos e marcados pelo sol, marcas de labuta. É com enorme gratidão que trago isto tudo para casa. 

 

Hoje, Dia Internacional do Fascínio das Plantas

18
Mai21

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Fotografia David Germano, Erva-borboleta.

 

Hoje descobri que é o Dia Internacional do Fascínio das Plantas, interessante esta designação, e por coincidência, nestes longos meses em que não pudemos usufruir completamente do nosso tempo, dediquei-me a observar e a fotografar as flores que encontrei nas redondezas da minha casa. Foi um fim de Inverno e um começo de Primavera mágicos, preenchidos com novos conhecimentos, recordações de infância e agradáveis surpresas vividas em pequenos passeios para desentorpecer as pernas e a mente. A minha enorme Gratidão e Fascínio a estes seres vivos que me permitiram manter a sanidade mental em dias de mente muito nebulosa. 

Surpreenda-se também e visite o Museu Virtual Biodiversidade, da Universidade de Évora e desfrute deste maravilho mundo encantado das nossas plantas. Ou ainda, a Sociedade Portuguesa de Botânica, no site Flora.on.

 

25 de Abril

2021

24
Abr21

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Se pudesses escolher
que cor darias à liberdade?
 
Tens a certeza?
Mesmo depois de te ensinarem que
vermelhos são os campos,
verdes são os lírios e
azul é a tempestade?
 
A tua liberdade
é do tamanho do livre-arbítrio
multiplicado pela vontade.
 
Nunca uma coisa tão real
foi tão infinita
e nunca o infinito
foi tão limitado
para se tornar essencial.
 
Anda, vem brindar connosco;
— quem é livre de festejar
toma a sua liberdade por gosto!
 

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Poema de Ricardo Jorge Claudino