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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Uma pergunta por dia:Quais são as funções do Presidente da República?

03
Jul13

Expliquem-me devagarinho...

 

“Demitidos”

O Gaspar se demitiu
E o Portas assistiu
No dia seguinte saiu
O governo não caiu

Aguenta de pedra e cal
A comandar Portugal
Alta missão estatal
Por mandato eleitoral

Demitido pelo povo
No Marquês de Pombal
Gritou em manifestação

Mas nada trouxe de novo
Ao nosso país real
Pois era tudo ficção.


Resposta do Poeta Zarolho

 

Uma pergunta por dia até ao final do ano, quem quiser responder esteja à vontade.



Alice Alfazema

Uma pergunta por dia: Qual a diferença entre violência doméstica e tentativa de homicídio?

25
Nov12


Muitas mulheres foram assassinadas durante o ano de 2012, muitas outras estão sendo todos os dias sujeitas a tentativas de homicídio. A única diferença parece ser o valor que damos às palavras. Homicidas recebem subsidio de viuvez? Sim. Talvez seja a recompensa dada pelo Estado pela brilhante conclusão de tentativa homicídio, perdão, violência doméstica. 


Uma pergunta por dia até ao final do ano, quem quiser responder esteja à vontade.



Alice Alfazema

Transporte escolar - Carta aberta à transportadora Transportes Sul do Tejo

21
Out12

Este texto tem o propósito de chamar a atenção de todos os responsáveis por as situações que vou relatar, entre eles estão o Estado, o Ministério da Educação, os Municípios e a TST.

 

 

Imaginem que têm dez anos, 30 kg de peso e que carregam 8 kg às costas, às vezes ainda levam a lancheira na mão ou a mala com o equipamento de educação física.

 

Imaginem que está a chover, por isso, ainda, têm de levar o chapéu de chuva.

 

Imaginem que as vossas forças não são muitas. Que é de manhã cedo.

 

Imaginem que não têm transporte vosso e que têm de utilizar o transporte público. Imaginem que todos os meses recebem o passe que se chama - passe escolar.

 

Imaginem que quando chegam à paragem do autocarro já andaram 500 m, e que as vossas forças não são muitas, imaginem que está a chover e que está frio e que é de manhã bem cedo.

 

Imaginem que na paragem já estão muitos miúdos em iguais condições,  e quando o autocarro chega já vem cheio.

 

Imaginem a espremerem-se, todos os dias, para conseguirem agarrarem-se aos ferros dos bancos porque lugares não há. Imaginem que as vossas forças não são muitas, mas que têm que segurar-se nas curvas e nas travagens.

 

Imaginem que perguntam ao motorista onde podem apresentar a reclamação para que haja outro autocarro nesse horário, uma vez que esta situação é diária durante o período escolar. Imaginem que este diga que ainda não atingiu a lotação por isso não há nada a fazer, e que a sua sugestão seja a de ir no autocarro anterior.

 

Imaginem que a câmara não verifique a situação em que é feito o transporte escolar, no entanto  paga os passes escolares.

 

Imaginem que recorrem à transportadora, a tal que recebe o dinheiro dos passes escolares que, são pagos pelo município, o qual recebe do Estado, que se vale dos contribuintes para ter esse dinheiro, e a resposta é exactamente a mesma do motorista.

 

Agora, imaginem que vão procurar legislação e descobrem que há transportes e outras coisas que não são transportes escolares, mas em que se utilizam passes de transporte escolar.

 

Imaginem que a legislação diz: A presente lei não se aplica aos transportes em táxi e aos transportes públicos regulares de passageiros, salvo se estes forem especificamente contratualizados para o transporte de crianças, pergunto eu, se os passes são pagos com o intuito de servir as crianças, o que é afinal este tipo de transporte? Transporte de perus?

 

E ao ler o artigo encontramos mais pérolas: O Governo, através da tutela dos transportes, deve regulamentar e promover ou apoiar acções de formação profissional dos motoristas, garantindo-lhes conhecimentos, designadamente sobre as regras e medidas de segurança específicas do transporte de crianças e sobre primeiros socorros e relacionamento interpessoal. Quais são as medidas de segurança, na situação que relatei?

 

Mas poderemos ver mais, a cada criança corresponde um lugar sentado no automóvel, não podendo a lotação do mesmo ser excedida. No interior do automóvel que efectua transporte de crianças não é permitido o transporte de volumes cujos dimensão, peso e características não permitam o seu acondicionamento nos locais apropriados e seguros, para que não constituam qualquer risco ou incómodo para os passageiros. Sendo assim, temos dois pesos e duas medidas, há crianças e crianças, portanto, as que utilizam transportes públicos, não são consideradas, nem merecem medidas de segurança, pois podem fazer a viagem toda de pé com bastante peso nas costas, não precisam de cinto, isso só no carro dos pais ou nos transportes de colégios. Será isto o quê? Preconceito? Desleixo? Falta de vontade? Incapacidade? Desconhecimento da realidade? Loucura?

 

Imaginem o que estes jovens vão poder fazer-vos quando as vossas forças já não forem muitas. São capazes de imaginar?

 

 

 

 

 

Consultar legislação aqui.

 

 

Alice Alfazema