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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Também há imagens que nos beijam?

18
Ago18

 

 

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

 

 

 


Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

 

 

 


De repente coloridas
Entre palavras sem cor,

 

 


Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes

 

 

 

 Alexandre O'Neill

 

 

As ilustrações são de  Gene Brown

 

 

Conversas da escola - Aiiiiiiiiiiiiiiiii...pão com manteiga

06
Jul17

Um miúdo de doze anos aproxima-se do balcão do bar e suspira profundamente.

- Aiiiiiiii...aiiiiiii...aiiiiiii...

- Então o que se passa?

- Estou a precisar de um chá...aiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...

- Estás doente?

- Sim dói-me um pouco a barriga...aiiii...

- Males de amor?

- Sim...aiiii...estou apaixonado, porque é que me fui apaixonar?...

- Mas isso é bom...

- Era bom se ela gostasse de mim, mas tenho outro problema...aiiiiiiii...

- Qual é o problema?

- Aiiiiiiiiiiiiiiii...é o beijo...

- Porquê? Nunca beijaste?

- Não. E não sei como é...

- Não te preocupes com isso, o beijo é uma coisa intuitiva, todos nós já passámos por isso, temos medo mas depois passa...

- Falar é fácil...aiiiiiii...

- Olha estás a ver ali o pão com manteiga, quando comes o pão com manteiga é intuitivo, não pensas no que estás a fazer, saboreias, com o beijo é o mesmo.

- Vais ver que vai resultar.

- Obrigada pelo chá, já estou melhor da barriga

 

 

Alice Alfazema

Beijos

26
Jan16

 

O caminho da vida pode ser o da liberdade e o da beleza,

 

 

porém nos extraviamos.

 

 

A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou inúmeras muralhas do ódio,

 

 

e tem nos feito marchar a passos de ganso para a miséria e morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela.

 

 

 

A máquina, que produz abundância, tem nos deixado em penúria.

 

 

Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.

 

 

 

Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

 

 

 

Poema O Caminho da Vida, Charles Chaplin

 

 

Alice Alfazema