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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

💋Memória

25
Ago19

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Aí, de repente, os meus olhos se abriram, e vi como nunca havia visto. Senti que o tempo é apenas um fio. Nesse fio vão sendo enfiadas todas as experiências de beleza e de amor que passamos. Aquilo que a memória amou fica eterno. Um pôr do sol, uma carta que recebemos de um amigo, os campos de capim-gordura brilhando ao sol nascente, o cheiro do jasmim, um único olhar de uma pessoa amada, a sopa borbulhante sobre o fogão de lenha, as árvores de outono, o banho de cachoeira, mãos que se seguram, o abraço de um filho: houve muitos momentos de beleza que eu disse para mim mesmo: "Valeu a pena eu haver vivido toda a minha vida só para poder ter vivido este momento. Há momentos efémeros que justificam toda uma vida".

 

Rubem Alves

Coisas do nosso tempo - Alessandra Korap

24
Ago19

 

“Mas nesse ano de 2019 a situação piorou mesmo. Porque as pessoas estão invadindo os territórios indígenas, estão invadindo assentamentos. Os indígenas não têm mais sossego. E esse crime que está acontecendo é a partir da fala do Presidente. Quando o Presidente diz que não vai demarcar um território [indígena], ele incentiva as pessoas a invadir as terras indígenas. Ou quando eles cortam a verba que era para o controle do desmatamento. E agora ele quer botar a culpa nas pessoas que moram aqui. Mas esqueceu que ele incentiva os madeireiros, os garimpeiros, os grileiros, a desmatar mais a Amazônia.”

 

“Ele diz que não precisa da Amazônia, que a Amazônia precisa de ser vendida. Mas nós estamos dentro. Indígenas, quilombolas [descendentes de escravizados], animais, água. Os animais estão pedindo socorro. Quem pode cuidar, preservar a Amazônia são os indígenas a que hoje eles estão tirando todos os direitos: do território, da educação, da saúde. Recursos, também, de projectos que a gente faz para combater. A gente está fazendo auto-demarcação com as nossas próprias mãos. E tem um Presidente dizendo que não vai demarcar terra. Um Presidente colocando a culpa nos outros, que na própria fala dele cospe ódio, só tem ódio no coração, usa o nome de Deus em vão, diz que respeita a Constituição, mas nunca respeitou. Agora quer botar culpa em ONGs, em nós, indígenas, mas a gente sempre denunciou esse invasores e nunca teve resposta. E agora são os nossos corpos que estão na frente, os nossos animais que estão morrendo, os nossos filhos pedindo socorro. E esse governo está matando cada vez mais a Amazônia, matando os povos indígenas, matando o que é a vida. A gente não sabe mais para onde pedir socorro. Mas vai continuar lutando”.

 

Palavras de Alessandra Korap, uma mulher indígena, do povo munduruku, de uma região a meio do Tapajós, o texto foi retirado daqui.

 

#diariodagratidao 05-01-2019

05
Jan19

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Tenho este blogue faz quase nove anos, durante este tempo, que é muito, nunca tive um comentário ofensivo. Tenho moderação nos comentários porque quero decidir o que aqui deve ser apresentado, mas nunca tive de tomar a decisão de anular comentários.  E eis que ao abrir o meu email deparei-me com este presente ilustrado da Mena, uma fotografia da sua autoria e dedicada a mim. A Mena deixa-me sempre comentários positivos e construtivos aqui no blogue.

Hoje estou grata por existirem pessoas assim na minha vida, que não me conhecem, que nunca ouviram o som da minha voz, mas lembram-se de mim com carinho. Obrigada Mena. Gostei muito deste postal ilustrado e perfumado.

 

Podem ver o blogue da Mena aqui.

 

#diariodagratidao