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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Vozes

13
Dez13

 

Estamos todos tão fartos desta segregação social, que nos obriga a esforços radicais, tão fartos das notícias dos jornais e das revistas, dos programas de TV tão iguaizinhos uns aos outros.

 

Queremos ser livres e a liberdade escoa-se pelo tempo gasto no dia-a-dia. Parece que há esforços mais esforçados, parece que há gente mais inteligente que apesar das mentiras que dizem são seres onipotentes. Deixem-me dormir.

 

E as pessoas choram diante dos outros, sem que queiram as lágrimas caem-lhes, não digo nada, finjo que não vejo. Arrastam-se e curvos conduzem o dia, oscilam na beira do precipício, alguns resvalam e têm dificuldades em voltar. As mentiras essas ecoam no espaço gratuito, no altar da sedução económica. Resvalam os cordeiros, a lã manchada do escarro da sociedade. A corrente morna aquece nas imagens do écran. Tudo tem de ser em sacrifício, não fosse essa a virtude do ser humano. Deixem-me dormir. 

 

Alice Alfazema

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