Sorriso grande
Não sei porquê, Sebastião,
sinto-te mais intensamente nestes dias de sol.
Eu sei que tu e o sol são duas coisas distintas.
Tu escrevias versos e o sol não.
tu tinhas um sorriso grande
e o sol só tem um sorriso nos desenhos das crianças.
Mas um pincel doido
coloriu o teu corpo no azul
e tu vieste à procura dele
e pediste a Deus este sol para o encontrares.
Por isso me apetece ajoelhar nesta luz
e rezar-te o meu poema.
Por isso me apetece pegar na Serra
e dá-la de brinquedo
ao primeiro menino roto.
Por isso me apetece olhar-te do alto de mim
e gritar:
Bom dia Sebastião!
César Pratas
Alice Alfazema