Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Primavera

20
Mar24

IMG_20240320_215251.jpg 

Às vezes sentimos que o tempo chegou ao fim, que

as portas se estão a fechar por trás de nós, que já nenhum ruído 

de passos nos segue; e temos medo de nos voltar, de dar

de frente com essa sombra que não sabíamos que nos

perseguia, como se ela não andasse sempre atrás de nós,

e não fosse a nossa mais fiel companheira. Às vezes,

em tudo o que nos rodeia, encontramos essa impressão de

que não sabemos onde estamos, como se o caminho para

aqui não tivesse sido o mesmo, desde sempre, e tudo

devesse ser-nos, pelo menos, familiar. A solução é pegar 

no fim e metê-lo à boca, como se fosse uma pastilha

elástica, derreter o sabor que o envolve, por amargo

que seja, e no fim pegar nesse resto que ficou e, tal 

como se faz à pastilha elástica, deitá-lo fora. Para

que queremos nós o nosso próprio fim? Já bastou

tê-lo saboreado, derretido na boca, sentido o seu

amargo sabor. Então, libertos do nosso fim, veremos

que as portas se voltarão a abrir, que a gente continua

a andar à nossa volta, que a sombra já não nos mete medo,

e que se nos voltarmos teremos pela frente o rosto

desejado, o amor, a vida de que o fim nos queria ter privado.

 

Poema de Nuno Júdice, Às vezes

Já agora, deixo-vos uma pergunta: o que é ser Mulher?

08
Mar24

IMG_20240219_083320.jpgPodem responder, de vossa justiça, nos comentários. 

As mulheres educam as suas crianças, e as dos outros, para o presente ou para o futuro?

Se as mulheres, as que estão em cargos de primeira linha e as outras - fundamentalmente todas as outras -, fossem mais activas civicamente, os conflitos mundiais poderiam assumir um outro cenário? Como seria se assim fosse? 

A fotografia é de uma ameixeira que encontro todos os dias pelo caminho:

De original não tem nada:
nívea de pétalas e de feição,
de cinco folhas asada,
quantos os dedos da mão.

Par de tanta flor afim,
podia seduzir com o odor,
mas nem mesmo assim:
não tem cheiro esta flor.

Então, o que enfim cativa,
que impressão nos deixa?
Tão-só na boca a saliva,
que lembra o mel da ameixa…

O poema é João de Sousa Teixeira, retirado daqui.

 

Feliz dia da Mulher!

 

Pág. 1/2