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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Algas dão à costa em Portugal,

que raio de coisa é essa?

09
Jun23

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Parece que há malta indignada com as algas que estão a dar à praia, ali para os lados das praias da Arrábida, uns não sabem o que é, outros estão perplexos com tamanha afronta da natureza, como é que aquilo veio dar à praia (?), manchando as águas cristalinas semelhantes aos mais belos trópicos, que praia mais linda manchada pelo horror de plantas lembrando uma sopa de caldo-verde. O pânico instalou-se. Como vou molhar meu rico pezinho em tal caldo(?). E o dinheiro gasto no protector anti-areia (?), será que também dá para prevenir a aderência da ervinha na pele delicada (?). Ó Deus porque nos fizestes tão comichosos?

Eu uma pessoa do tempo em que a malta ia para Troia, praia de dias de água cristalina e de muitos outros de algas e alforrecas, em que nos tínhamos de atirar à água sem grandes contemplações, mergulhando e rezando para que a malvada da alforreca que havíamos mapeado não mudasse de direcção rapidamente, mentira isso não acontece, elas andam ao sabor da corrente, e eram grandes e largas, fazendo lembrar gelatinas acabadas de sair das taças, nesses dias os mergulhos eram mais rápidos, mas nunca a praia deixou de ter o seu genuíno encanto.

Agora, neste mundo (que se quer) tão perfeito, é tudo tão, mas tão monótono, que se torna enjoativo, a perfeição da pele, a perfeição da escrita, a perfeição do peso, a perfeição das palavras escolhidas para as entrevistas, a resposta a dar e a resposta a ter, sem surpresas, a par disso há cada vez mais desconhecimento para com a nossa origem natural, um paradoxo, uma vez que se diz (mas não parece) que somos das gerações com mais conhecimento adquirido. 

Será que a culpa foi do Óscar?

“A Saúde das Mulheres em Portugal: panorama e perspetivas”

nós somos bioquímica

07
Jun23

 

“As mulheres vivem mais anos do que os homens, mas com muito mais queixas de saúde”.

 

Nós mulheres, ainda, somos avaliadas segundo os padrões masculinos.

Quantas vezes (?), nós mulheres, vamos ao "médico de família" e nos queixamos das nossas mazelas e a receita é sempre a mesma: antidepressivos. O diagnostico anteriormente chamado de "histeria".

 

 

 

Festa do povo defronte da igreja

06
Jun23

Fui comer caracóis a Benavente, estavam bons,  quando chegámos havia música no ar, depois durante um tempo deixou de haver, mais tarde reparei que muita gente saía da igreja, o padre e o sacristão também vieram cá para fora, depreendi que tinha havido missa, juntos seguravam uma cruz comprida e dourada, deverá ter outro nome, ambos envergavam vestes celestiais em tons de bege dourado, entretanto, o padre enerva-se e dá um pontapé num copo plástico da sagres, que estava precisamente à entrada do portão que faz parte da cerca frontal da igreja, foi impressionante ter visto o santo sapato maltratar um símbolo importante de Portugal, a cerveja Sagres, entretanto, a música começou de novo a tocar, deixo-vos o vídeo, para que a possais apreciar como eu a apreciei: 

Fulmar

05
Jun23

fulmar.jpg Fotografia Daisy Gilardini

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.
 
Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.
 
Será o mesmo brilho, a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.
 
Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Dia do Mar'