Algas dão à costa em Portugal,
que raio de coisa é essa?
Parece que há malta indignada com as algas que estão a dar à praia, ali para os lados das praias da Arrábida, uns não sabem o que é, outros estão perplexos com tamanha afronta da natureza, como é que aquilo veio dar à praia (?), manchando as águas cristalinas semelhantes aos mais belos trópicos, que praia mais linda manchada pelo horror de plantas lembrando uma sopa de caldo-verde. O pânico instalou-se. Como vou molhar meu rico pezinho em tal caldo(?). E o dinheiro gasto no protector anti-areia (?), será que também dá para prevenir a aderência da ervinha na pele delicada (?). Ó Deus porque nos fizestes tão comichosos?
Eu uma pessoa do tempo em que a malta ia para Troia, praia de dias de água cristalina e de muitos outros de algas e alforrecas, em que nos tínhamos de atirar à água sem grandes contemplações, mergulhando e rezando para que a malvada da alforreca que havíamos mapeado não mudasse de direcção rapidamente, mentira isso não acontece, elas andam ao sabor da corrente, e eram grandes e largas, fazendo lembrar gelatinas acabadas de sair das taças, nesses dias os mergulhos eram mais rápidos, mas nunca a praia deixou de ter o seu genuíno encanto.
Agora, neste mundo (que se quer) tão perfeito, é tudo tão, mas tão monótono, que se torna enjoativo, a perfeição da pele, a perfeição da escrita, a perfeição do peso, a perfeição das palavras escolhidas para as entrevistas, a resposta a dar e a resposta a ter, sem surpresas, a par disso há cada vez mais desconhecimento para com a nossa origem natural, um paradoxo, uma vez que se diz (mas não parece) que somos das gerações com mais conhecimento adquirido.
Será que a culpa foi do Óscar?