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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Votos para 2023

30
Dez22

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Regresso ao sítio de sempre, maravilhando-me vezes sem conta com a paisagem já conhecida, nada daquilo é monótono, os cheiros invadem-me os sentidos, desejo fortemente encontrar um mundo melhor em 2023. Gostaria que soubéssemos festejar a Vida com a mesma intensidade que pomos numa despedida de Morte.

Desejo-vos muita Saúde, Amor, e Sucesso para o Ano Novo que se avizinha, deixo ainda as palavras de Sérgio Jockymann, a emoldurar as fotografias que tirei hoje pela manhã.

 

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Desejo primeiro que você ame

e que amando, seja também amado.

E que se não o for, seja breve em esquecer

e esquecendo não guarde mágoa.

 

Desejo depois que não seja só,

mas que se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos

e que mesmo maus e inconsequentes sejam corajosos e fiéis.

E que em pelo menos um deles você possa confiar

e que confiando não duvide de sua confiança.

E porque a vida é assim,

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Desejo ainda que você tenha inimigos,

nem muitos nem poucos,

mas na medida exacta para que algumas vezes

você interpele a respeito de suas próprias certezas.

E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo

para que você não se sinta demasiadamente seguro.

 

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Desejo depois que você seja útil,

não insubstituivelmente útil mas razoavelmente útil.

E que nos maus momentos,

quando não restar mais nada, essa utilidade

seja suficiente para manter você de pé.

 

Desejo ainda que você seja tolerante,

não com que os que erram pouco, porque isso é fácil,

mas com aqueles que erram muito e irremediavelmente.

E que essa tolerância nem se transforme

em aplauso nem em permissividade,

para que assim fazendo um bom uso dela,

você dê também um exemplo para os outros.

 

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Desejo que você sendo jovem

não amadureça depressa demais, e que sendo maduro

não insista em rejuvenescer, e que sendo velho não se dedique a desesperar.

Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor

e é preciso deixar que eles escorram dentro de nós.

 

Desejo por sinal que você seja triste,

não o ano todo, nem um mês

e muito menos uma semana, mas um dia.

Mas que nesse dia de tristeza,

você descubra que o riso diário é bom,

o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

 

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Desejo que você descubra com o máximo de urgência,

acima e a despeito de tudo, talvez agora mesmo,

mas se for impossível amanhã de manhã,

que existem oprimidos, injustiçados e infelizes.

E que estão estão à sua volta,

porque seu pai aceitou conviver com eles.

E que eles continuarão à volta de seus filhos,

se você achar a convivência inevitável.

 

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Desejo ainda que você afague um gato,

que alimente um cão

e ouça pelo menos um João-de-barro

erguer triunfante seu canto matinal.

Porque assim você se sentirá bom por nada.

 

Desejo também que você plante uma semente

por mais ridículo que seja

e acompanhe seu crescimento dia a dia,

para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

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Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro

porque é preciso ser prático.

E que pelo menos uma vez por ano

você ponha uma porção dele na sua frente e diga: Isto é meu.

Só para que fique claro quem é o dono de quem.

 

Desejo ainda que você seja frugal, não inteiramente frugal,

não obcecadamente frugal, mas apenas usualmente frugal.

Mas que essa frugalidade não impeça você de abusar

quando o abuso se impor.

Desejo também que nenhum de seus afectos morra, por ele e por você.

Mas que se morrer,  você possa chorar sem se culpar e sofrer sem se lamentar.

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Desejo por fim que, sendo mulher, você tenha um bom homem

e que sendo homem tenha uma boa mulher.

E que se amem hoje, amanhã, depois, no dia seguinte, mais uma vez e novamente

de agora até o próximo ano acabar.

E que quando estiverem exaustos e sorridentes,

ainda tenham amor pra recomeçar.

E se isso só acontecer, não tenho mais nada para desejar

 

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Para 2023 desejo para mim, Saúde, Paz, Amor, e ter a resiliência das rochas plantadas à beira-mar, a dureza e o poder de encaixe em cada situação especifica, aproveitar o espaço que fica entre a onda que vai e a onda que vem, e se assim não puder ser, que me seja permitido dividir-me e reinventar-me até me encontrar completa.

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Feliz Ano 2023

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O ano de 2022

Palavra de definição: loucura

29
Dez22

 

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Ilustração Maria Inês Cristovám C.L. Lourenço, de 13 anos, do Agrupamento de Escolas D. Maria II

Este ano é-me difícil definir o bom de 2022, é claro que houve coisas boas, mas tenho a sensação que as más superaram as boas. Parece-me que há um estado de loucura crescente entre as pessoas, entre aquilo que pensam, dizem e fazem, não gostei deste ano, foi um ano cruel, foi um ano sangrento, de muito sofrimento, um ano muito frágil onde a mentira muitas vezes se sobrepôs  à realidade.

 

Três cabeças

28
Dez22

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Fotografia Renatas Jakaitis 

Resumindo, Alexandra Reis recebeu meio milhão de euros de indemnização ao ser "despedida" da TAP (empresa intervencionada monetariamente com alguns milhões pelo Estado português, vulgo contribuintes), parece que a  senhora engenheira ajudou a reestruturar a empresa, despedindo largas dezenas de trabalhadores, reduzindo salários, conduzindo os montantes a receber pelos trabalhadores...enfim, despachou-se rápido no seu trabalho e saiu mais cedo, foi pregar para outra freguesia.

Talvez seja escandaloso, mas parece que é prática habitual gestores e administradores (público/privado) de reestruturação de empresas (forma fina e elegante de dizer: despedimentos colectivos de trabalhadores), receberem ordenados chorudos por essa tarefa fundamental, e depois de a concretizarem em tempo recorde recebem ainda indemnização fabulástica, feitas as contas verifica-se que a empresa pouco dividiu pelos trabalhadores ( Trabalhadores: são seres que contribuíram ao longo do tempo - muitas vezes dezenas de anos - com a sua força de trabalho para a manutenção da empresa), deixou-se de ter encargos e chatices, o que se poupou deu e sobrou para o ordenado das criaturas e indemnização incluída.

Sempre tive a sensação que o despedimento era sinónimo de insucesso, mas parece-me que no caso de gestores/administradores/directores, o despedimento é considerado um caso de sucesso. Fico ainda a matutar se no currículo dessas pessoas consta a quantidade de vezes em que são despedidos (?), e se isso é um bom ou mau indicador para um futuro empregador(?), vistas as coisas, de uma maneira rápida, a indemnização é assim a modos como um prémio de produção. Finalmente: um olho no ordenado outro na indemnização. Bem bom, falta de vergonha na cara: nenhuma.

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Ilustração António Gaspar

 

 

Estrelinhas

Árvore de Natal

23
Dez22

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Natal és tu,
quando decides nascer novamente todos os dias
e deixar entrar Deus na tua alma.


A árvore de Natal és tu
quando resistes fortemente
aos ventos e às dificuldades da vida.


As decorações de Natal és tu
quando as tuas virtudes são as cores
que adornam a tua vida.


O sino de Natal és tu
quando chamas,
reúnes e tentas unir.


És também a luz de Natal
quando iluminas com a tua vida
o caminho dos outros
com a bondade, a paciência, a alegria e a generosidade.

Os anjos de Natal és tu
quando cantas para o mundo
uma mensagem de paz, de justiça e de amor.


A estrela de Natal és tu
quando levas alguém
ao encontro com o Senhor.


És também os reis magos
quando dás o melhor que tens
sem te importares a quem o dás.


A música de Natal és tu
quando conquistas a harmonia dentro de ti.


O presente de Natal és tu
quando és um verdadeiro amigo
e irmão de todos os seres humanos.


As felicitações de Natal és tu
quando perdoas e restabeleces a paz
mesmo quando sofres.

A ceia de Natal és tu
quando sacias com pão e com esperança
o pobre que está a teu lado.


Tu és a noite de Natal
Quando humilde e consciente recebes
no silêncio da noite
o Salvador do Mundo
sem barulho nem grandes celebrações;
tu és o sorriso da confiança e ternura
na paz interior de um Natal perene
que estabelece o reino dentro de ti.


Um bom Natal a todos os que
se assemelham ao Natal.

Papa Francisco

Desejo-vos umas Boas Festas.

 

Ilustração Esther Aarts

 

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