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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Assédio

07
Mai21

A Sofia Arruda declarou publicamente que foi assediada no seu local de trabalho, a partir daí várias mulheres deram a cara e assumiram que também já tinham sido assediadas no local de trabalho, sendo que isto por si só já é de uma violência emocional para as vitimas, podemos imaginar então a dificuldade em ultrapassar este sofrimento psicológico, o medo, e até a culpa que a própria vitima carrega. 

Toda esta situação, dirão alguns, que acontece e vai acontecer sempre, será verdade certamente, mas o que me surpreende, são os especialistas comentadores, vejo as caixas electrónicas cheias de comentários a referirem que "isto agora é moda", "porque não dissestes antes", "se fosse um gajo giro era engate", e por aí fora...existe assim um mar de gente que agride moralmente estas mulheres (neste caso), a isto chama-se assédio moral, achincalha-se assim sem se ter conhecimento de nada, gratuitamente, com uma fúria de prazer sórdido sobre o outro. Numa arena tecnológica onde os gritos mórbidos e estridentes são teclados sem consequências de maior.

Tal como noutras formas de violência, a vítima é vista muitas vezes como culpada, no entanto, as vítimas são quem sofreu o maior dano ou prejuízo. E teclar para achincalhar é mais uma de entre outras formas de violência, nada mais que isso.  

 

As novas formas de escravatura

06
Mai21

Vivemos num mundo em constante mudança, cada vez mais insistimos nos ritmos alucinantes, sabemos que em muitas áreas da nossa vida pessoal e profissional as tecnologias vieram facilitar o nosso quotidiano, no entanto à mistura trouxeram novas formas de escravatura, tudo é facilitado tanto para o bem como para o mal. 

Todos os dias milhões de pessoas são vítimas de escravatura, tráfico humano, exploração para pagamentos de dividas, servidão, tráfico infantil, sejam homens ou mulheres, basta estarem em situação vulnerável para serem aliciadas de forma fácil.

A escravatura moderna é comum, está presente no nosso dia a dia, para isso basta pensarmos a que preço compramos os produtos que usamos para nosso prazer, podemos também incluir neles os bens alimentares. Uma simples promoção, ou preços baixos, podem significar que aquele produto foi produzido sem as justas condições laborais e de pagamento de um salário digno. Assim, o que nos parece como sendo uma coisa boa, tem um outro lado que importa pensar. A cultura do imediato, impede-nos de relacionarmos os factos. Os quais temos noção de que existem, mas tratamo-los como se fossem de um outro mundo. 

Sabemos que, nestes mundos paralelos, nas economias rurais e informais, nas empresas e cadeias de abastecimento globais, nos países em crise e em situação de fragilidade, negam aos trabalhadores os seus direitos humanos básicos no trabalho, poderíamos pensar que é lá longe, e é, mas também é no Alentejo. E dói. Dói ver como estas pessoas - apesar de tudo - ainda se sentem felizes por terem uma vida assim. 

 

 

Borago

04
Mai21

azul.jpg

Hoje trago  outra obra de arte na natureza, a borragem, de um azul céu, que faz lembrar os dias longos de Verão em que a preguiça reina e convida à reflexão. Parece que se envergonha, deixando as suas flores a olhar o chão. Cachos azuis que sobressaem nos vários verdes que lhe rodeiam. Comestiveis, e com diversas propriedades dignas das mais finas flores.