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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

"Conversa com a chuva"

29
Dez20

chuva.jpg

Ilustração Emerico Tóth

 

 
E se é verdade que molhas os sapatos das pessoas
e entras pelos buracos das casas pobres
onde vivem pessoas mais pobres do que as casas
tu não és culpada.
Isso não.
Culpadas são aquelas pessoas
que nunca têm tempo para olhar a chuva
as pessoas sisudas e egoístas
que não se importam nada com a vida dos outros
a não ser com a daqueles
tão distraídas como elas.
Tu não tens culpa. Tu gostas
de toda a gente
porque és como as pessoas boas: generosa
transparente e simples. Só que
por vezes bebes muito no mar
bebes
bebes
e engordas as nuvens
que de tão cheias não cabem lá no céu
e andam
desastradamente umas contra as outras
fazendo trovoada
numa enorme discussão de relâmpagos.
 
 
 
 
 
Poema de Joaquim Pessoa
 
 

Olhar sedutor

28
Dez20

harfang.jpg

 

Fotografia Eric Deschamps

 

Eu gosto de me surpreender com aquilo que a Natureza nos oferece, de observar, mesmo através dos olhos dos outros, que a vida na Terra é um tesouro escondido à vista dos mais distraídos. 

É incrível como ainda conhecemos tão pouco sobre isso, todos os dias há quem descubra um pormenor diferente e partilhe esse momento. Não compreendo como se procuram novos mundos desconhecendo o seu próprio, nem que se pense ser desinteressante compreendê-lo e muito menos o desrespeito por aquilo que poderíamos usufruir se estivéssemos em harmonia. 

 

 

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