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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Coisas do nosso tempo - TAP Air Portugal

03
Abr20

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Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

 

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Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

 

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Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

 

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Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

 

 

Poema Fernando Pessoa, in Mensagem, 1934

 

 

Já foram e já vieram e hoje foram buscar mais. 

Diário dos meus pensamentos (14)

Abril

02
Abr20

E já chegámos a Abril, ontem o dia esteve chuvoso, mas hoje o Sol brilhou convidativo à lavagem de roupa e aos passeios à janela. O almoço foi arroz de frango com cogumelos seguido de um café tirado na máquina que recebi pelo Natal. Antes do almoço estive a estender a roupa, enquanto estendo e não estendo a minha vizinha que é professora na escola onde trabalho chama-me, aceno-lhe, e pergunto-lhe se está tudo bem, ouvem-se as nossas vozes na rua vazia, o vizinho de cima mete-se na conversa e uma outra vizinha do prédio ao lado também dá o ar de sua graça. Parece que de repente a rua se animou, mais ao fundo alguém falava ao telemóvel na varanda, e de repente tudo parecia normal, está Sol, é Primavera, estamos no começo de Abril, os pombos andam à espera de migalhas, as flores silvestres despontam alegremente, os cães ladram e nós assim à conversa de janela para janela, falando sem se importar com a privacidade, numa intimidade comunitária de bairro antigo.