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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Terras sem ter lugar

31
Mar18

 

Ilustração Jane Newland 

 

 

Que voz vem no som das ondas

Que não é a voz do mar?

É a voz de alguém que nos fala,

Mas que, se escutamos, cala,

Por ter havido escutar.

 

E só se, meio dormindo,

Sem saber de ouvir ouvimos,

Que ela nos diz a esperança

A que, como uma criança

Dormente, a dormir sorrimos.

 

São ilhas afortunadas,

São terras sem ter lugar,

Onde o Rei mora esperando.

Mas, se vamos despertando,

Cala a voz, e há só o mar.

 

 

Fernando Pessoa

 

 

 

 

 

Alice Alfazema

 

Naquele tempo

30
Mar18

Naquele tempo, as pessoas achavam que tinham atingido um patamar de grande inteligência. A escolaridade era obrigatória até à maioridade, havia grande facilidade de encontrar informação, os meios de comunicação eram rápidos, as pessoas possuíam segundas peles onde se apresentavam como fulano de tal, onde tinham um carro de determinada marca...naquele tempo, os valores humanos básicos eram deteriorados por causa de uns maços de notas numa qualquer instituição bancaria, naquele tempo a corrupção era algo perfeitamente aceite, onde se podia escapar com uma certa facilidade, naquele tempo as pessoas davam uma grande importância à imagem, à hierarquia, ao penteado,  sem se importarem grandemente se morriam crianças à fome, se outras pessoas não tinham condições básica no seu emprego, mesmo que elas próprias vestissem roupa feita por gente que era todos os dias explorados, as pessoas sentiam-se felizes a exibirem os seus belos trapos, comiam frutas e mariscos em festas bonitas...naquele tempo o plástico encheu os mares e os rios, imensos pássaros desapareceram e muitos outros animais, os activistas ambientais eram mortos sem que houvesse preocupações de maior, naquele tempo as árvores faziam muito lixo... naquele tempo estávamos no ano de 2018.

 

 

 

Alice Alfazema

Tau Tau

30
Mar18

 

No início deste mês, o Ministério do Ambiente confirmou, em resposta à Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, que os dados do autocontrolo transmitidos pela Celtejo relativos a 2015 e 2016 "demonstram que não foram cumpridos os limites de descarga de efluentes a que estava obrigada", tendo a IGAMAOT confirmado mais um processo de infração por ultrapassagem dos valores limite de emissão (VLE).

 

Em janeiro, foram definidas pelo Governo restrições de descargas no rio à Celtejo, após se tornar visível um grande foco de poluição no Tejo, na zona de Abrantes, distrito de Santarém (a sul de Vila Velha de Ródão).

 

 

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, disse então que o fenómeno de poluição "é resultado da libertação da matéria orgânica depositada sob a forma de sedimentos no fundo das albufeiras do Fratel e de Belver, provocada por anos de funcionamento das indústrias aí localizadas e da reduzida precipitação do último ano, que não diluiu essa carga orgânica".

 

 

 

 

Solução? Repreensão escrita. Ai os meninos portaram-se tão mal, vão levar tau, tau...

 

 

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