É Dezembro
Quando cheguei do trabalho fui passear com o Ginjas.
Fomos pela erva verde e rasteira das primeiras chuvas, passámos pelo pinheiro da coruja e vimos as sombras do resto do dia, vimos ainda um Gaio e um Corvo.
Observámos os buracos das oliveiras, sabíamos que poderia haver lagartos lá dentro, ouvimos barulhos entre os enormes sobreiros. Continuámos pelos carreiros, o frio era nosso companheiro. Lá no monte o Sol deitou-se e disse-nos até amanhã.
Viemos então pela avenida dos plátanos dourados, parecem estar abraçados uns nos outros, copa com copa. Devagar apreciei a cena. Já me refresquei debaixo daquelas folhas que agora caem. É uma despedida. O frio continua, o chão começa a ficar húmido. Vamos para casa. Está quente. Lá fora o frio continua. É Dezembro.
Alice Alfazema