Conversas da escola - A marrada
- Contina, bati com os cornos!
Alice Alfazema
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- Contina, bati com os cornos!
Alice Alfazema
Pegou nas malas carregadas, e sentiu o peso reconfortante da alegria. Depois, andou pela avenida abaixo escondendo-se do Sol. Refrescou-se na fonte, mas antes confirmou que a água era potável. Quando chegou a casa, cansada e cheia de traça, comeu as malas enquanto via a novela das cinco.
Ilustração Peter Donnelly
Alice Alfazema
Ousar pensar apenas em nós próprios é um terreno delicado, pleno de nuances, onde a liberdade, atrevida, pode ser epitetada de irresponsável ou, até mesmo, de egoísta. Contudo, à altura, ninguém se apercebeu do meu estado de necessidade. Perdido e sozinho já eu estava há muito; preso e camuflado, também. Diz-se aos sete ventos que não adianta fugir dos problemas, pois eles nos acompanham para onde quer que vamos. Também não digo o contrário, mas a evasão não é fugir, é a árdua arte de separação entre o que é e o que não é; o que somos e não fomos, o que perdemos e podemos encontrar, o que nos é essencial e dispensável. Sim, é um limbo, uma linha divisória que separa os pés do chão das ânsias do céu.
Paulo Abreu e Lima, no blogue, Assim na Terra como no Céu.
Alice Alfazema
Ilustração Jennifer Balkan
Antigamente vivíamos apenas num único mundo, havia também quem esperasse poder ter outra oportunidade quando viajasse entre quatro tábuas. Hoje podemos viajar em três mundos, no físico, no virtual e no de quatro tábuas. A todos é dada uma importância diferente. Tal como degraus, assumem visões diferentes ao longo da subida, ou descida. Umas vezes lá em cima, outras em baixo. Pensamos sempre que somos diferentes e únicos, um pedacinho algo especial, neste cosmo que rodopia, ninguém sabe bem para onde. Estamos aqui, estamos ali. Onde estamos?
Alice Alfazema