Uma pergunta por dia: Uma reflexão em dia de finados?
Prefiro que partilhes comigo uns poucos minutos, agora que estou vivo, e não uma noite inteira, quando eu morrer...
Prefiro que apertes suavemente a minha mão, agora que estou vivo, e não apoies o teu corpo sobre mim, quando eu morrer...
Prefiro que faças uma só chamada, agora que estou vivo, e não faças uma inesperada viagem, quando eu morrer...
Prefiro que me ofereças uma só flor, agora que estou vivo, e não me envies um formoso ramo, quando eu morrer...
Prefiro que elevemos ao céu uma oração, agora que estou vivo, e não uma missa cantada e celebrada, quando eu morrer...
Prefiro que me digas umas palavras de alento, agora que estou vivo, e não um dilacerante poema, quando eu morrer...
Prefiro escutar um só acorde de guitarra, agora que estou vivo, e não uma comovedora serenata, quando eu morrer...
Prefiro que me dediques uma leve prece, agora que estou vivo, e não um político epitáfio sobre a minha tumba, quando eu morrer...
Prefiro desfrutar de todos os mínimos detalhes, agora que estou vivo, e não de grandes manifestações, quando eu morrer...
Prefiro escutar-te um pouco nervosa dizendo o que sentes por mim, agora que estou vivo, e não um grande lamento porque não o disseste a tempo,
E AGORA ESTOU MORTO
Retirado do jornal, Ecos do Sameiro, Setembro de 2014
Uma pergunta até ao final do ano, quem quiser responder esteja à vontade.
Alice Alfazema