O lado minimalista
É quando se sabe
que o mundo cabe
numa bolha de sabão
Edweine Loureiro, Poesia Minimalista
Alice Alfazema
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É quando se sabe
que o mundo cabe
numa bolha de sabão
Edweine Loureiro, Poesia Minimalista
Alice Alfazema
A dor de perder um filho não tem forma nem cor, apenas o tempo e só ele a faz mais leve, que o tempo seja breve a passar e que esvaia essa dor que agora é imensa.
Ergue a tua face
Para o brilho da Aurora.
Se enfrentada, com coragem,
A História passa
E a dor não se perpetua.
Ergue os olhos acima
Deste dia que perdeste.
Deixa ressurgir
o sonho.
Maya Angelou
Alice Alfazema
Pintura Julio Romero de Torres
"A noção de dependência costumava ser aplicada apenas aos casos de alcoolismo e de consumo de drogas. Mas agora qualquer domínio de actividade pode ser invadido por esta praga. Pode-se ser viciado, logo dependente, do trabalho, do exercício, da comida, do sexo, do amor. E isso acontece porque estas actividades, e também outros domínios da vida, são agora muito menos estruturados pela tradição e pelo costume do que eram em épocas anteriores.
Tal como a tradição, a dependência significa que o passado está a influenciar o presente; e, como sucede com a tradição, a repetição tem um papel fundamental. O passado em questão é mais individual do que colectivo, a repetição é motivada pela angústia. Eu diria que a dependência é o congelamento da autonomia. Qualquer contexto de rejeição das tradições torna possível um grau de liberdade superior à que existia antes. Estamos a falar da emancipação dos homens em relação aos constrangimentos do passado. A dependência aparece quando a escolha que devia ser provocada pela autonomia, é subvertida pela angústia. Na tradição, o passado determina o presente através da partilha de sentimentos e crenças colectivas. A dependência também é serva do passado, mas só na medida em que não consegue romper com hábitos de vida que começaram por ser escolhidos livremente."
in, O mundo na era da globalização, Anthony Giddens
Alice Alfazema
Ilustração Jantina Peperkamp
Verão que no verão as heras continuarão a subir os muros. Verão assim as extensões dos seus ramos que mesmo secos continuam resistindo ao infernal calor de verão. Verão desta forma que é possível vencer obstáculos, mesmo quando estamos agarrados, e verão ainda as libélulas e os mosquitos que também vos verão nesse calor de verão. Verão amoras silvestres. Verão que a tristeza passará com o calor e sobre a erva palha acontecerá um novo romance de verão.
Verão então que cada verão é importante demais para ser escrito apenas em minúsculas.
Alice Alfazema