Homens de cá
Haja alguém contente pá, porque os que estão por cá, pá , não estão contentes...porque tem memória fraca e, esqueceram que, os que fizeram a festa pá, a fizeram com o seu próprio sacrifício; e reclamam daquilo que se esqueceram; ou que não viveram, porque não perguntam; porque não querem acreditar; porque acham que a liberdade é um direito adquirido, mas, a liberdade é um direito a ser conquistado, todos os dias, e não interessa por quem...porque para todos e para qualquer um ela é sempre valiosa.
Os direitos conquistados, as liberdades adquiridas, os projectos que se podem realizar, são conquistas da liberdade; são vontades dos homens e das mulheres deste país que por vezes é tão amargo...
Somos conhecidos nos mais diversos locais do mundo: as nossas mercadorias são apreciadas; a nossa hospitalidade; o nosso sol; o nosso vinho; o nosso azeite; a nossa garra; a nossa história; a nossa revolução dos cravos...isto é de facto apreciado pelos outros; e nós? não nos valorizamos? porquê? Que sentimento é este de tão baixa auto-estima, que nos está descaracterizando, como num fado de um eterno lamento, é tempo de cantar o fado de uma forma nova de mostrar uma nova revolução; de mostrar os sentimentos e as iniciativas escondidas, os projectos guardados; é tempo de activar memórias e garras e de deixar a inércia criar bolor; é tempo de querer mais; de gostar mais de nós; da nossa cultura; dos nossos costumes; dos nossos valores...
É tempo de pararmos de falar mal de nós próprios, daquilo que somos e do que queremos ser, é pois tempo de agir, porque a liberdade não espera e o tempo também não, ele corre veloz e o que deixar-mos de fazer ninguém o fará por nós, em nosso proveito.
Alice Alfazema