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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Voar...

27
Ago10

Quando comecei a escrever aqui, fiz um paragrafo na minha vida, procurei outros modos de dizer o que penso, quer seja através de histórias, músicas, frases ou reflexões minhas ou de outros, simplesmente porque gosto. Escolhi um nome que me lembra perfumes de infância e de momentos felizes. 

Tenho dificuldade em compreender as pessoas que nunca mudam, e por vezes sinto-me muda quando falo com elas. Sempre que escrevo

aqui, lembro-me daqueles a quem falo, e que não me ouvem, que muitas vezes até me acham criança(quanto mais envelheço, mais gosto de  me sentir criança, é uma fase tão boa da vida... que não quero desligar-me dela!)... lembro-me daqueles que pensam que as depressões da vida se curam só com comprimidos, e os tomam como se fossem boias de salvação, para o imenso vendaval de emoções em que vivem... Lembro-me que deveriam fazer terapia da escuta, porque quando se perde a capacidade de escutar, perde-se também a capacidade de aprender e aprender é mudar e crescer.

Escrever, é uma forma de aliviar a sensação, de desgaste e inutilidade, que sinto, quando não posso mudar o outro, de fazê-lo ouvir, que desistir não é solução, pode até parecer ser o lado mais fácil, mas é a atitude mais ferrugenta.

 

Sinto-me aqui, como as aranhas pequenininhas, que voam sobre oceanos, leves...leves...e que não sabem onde vão parar, é bom escrever sem compromissos com as palavras, é bom não desistir apenas mudar...

 

 

Se observarmos as plantas, podemos resolver muitos problemas existenciais, elas(as árvores) estendem as suas raízes e experimentam novas sensações e sabores...Qualquer pessoa pode fazer isto são atitudes de crescimento, é deixar-se ir sem estar à espera...é não estar agarrado ao sofrimento de um só assunto, às paixões funestas e impossíveis...ao choro, às lembranças dos actos dos outros, do que poderíamos ter feito...daquilo que se quer desesperadamente...isto são reticências de frases de vida que prolongam o sofrimento inutilmente.

Há que fazer um ponto final em histórias repetitivas, e o melhor é fazer um ponto final paragrafo, mudar o assunto e incluir muitos outros. Os livros, as viagens, um animal de estimação, um novo visual, fazer desporto, dieta, mudar de perfume...são optimos começos de frases que podem crescer para textos maravilhosos.

Bloquearmo-nos num só assunto é não dar asas à imaginação, é jogar aos dados sempre com o mesmo número, é gostar sempre da mesma fruta, é ver o mesmo filme vezes sem conta, é um universo obscuro sem estrelas nem Sol.

Quem não conseguir perceber, observe as crianças. Elas têm medo de perguntar? Não, porque sabem que desta forma aprendem. Têm medo das opiniões dos outros? Não, isso até nem lhes passa pela cabeça, fazem porque querem, porque gostam, porque lhes dá alegria. Preocupam-se com desculpas? Não, dão asas à imaginação.

Se mudar é dar asas à imaginação, é pois tempo de fazer um ponto final paragrafo e mudar de assunto.

 

 

Alice Alfazema

 

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