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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Há festa no castelo

21
Mai17

Era uma vez um castelo muito vaidoso e sábio, as suas paredes eram muito velhas e tinham resistido a muitas intempéries, nelas cresciam as heras e os pássaros faziam ninhos. Esse castelo via dois rios e um oceano, era conhecido por ser um bom vigilante, amava as serras que o ladeavam e os rios que via ao longe. Por vezes ficava pensativo a olhar o oceano, tinha curiosidade em saber o que se passava para lá daquela massa enorme de água. 

 

 

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Um dia resolveu que havia de dar uma grande festa. Chamou o Sol e a Lua através de uma estrela e convidou-os, disse-lhes que eles seriam os convidados mais importantes daquela festa, pois só eles seriam capazes emanar a luz ao espectáculo que pretendia dar a conhecer. 

 

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Quando chegou o dia da grande festa Setúbal vestiu-se de neblina espelhada e acenou ao velho castelo, encantada por ser a sua eterna menina de olhos verdes mesclados de azul clarinho, ela sabia que o coração dele era de outra, a Palmela, mas nunca lhe resistia  a piscar um olho, talvez um dia ele mudasse de ideias. 

 

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Foram muitos os convidados, cada um iria apresentar aquilo que mais gostasse de fazer ou o que tivesse de melhor. Todos se vestiram a rigor, as paredes estavam airosas, apresentavam as erosões do tempo que tinha passado por elas. Maravilhosos líquenes mostravam as suas cores com grande orgulho.

 

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As papoilas vestiram-se de um vermelho-sangue para lembrar as lutas que tinham havido dentro daquelas ameias. E dançavam ao vento, sorrindo, sorrindo.

 

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E veio um peneireiro e fez um belo voo picado sobre as brisas que vinham da serra e do mar.

 

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Depois o corvo também dançou, foi uma dança elegante e serena, com fato de cetim.

 

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Lá muito em cima uma águia pairava, mostrando as suas asas em sintonia com o vento, fez círculos maravilhosos e acenou ao velho castelo dizendo-lhe que o amava.

 

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E vieram as ginjas, meio envergonhadas por terem ainda pouca cor, tinham um sombra alegre e dançaram perto do arco de pedra.

 

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E o aloé enfeitou uma das entradas, sereno e majestoso, dava as boas-vindas a quem chegava. 

 

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Nos muros também havia dança, os dentes-de-leão estavam à espera do rei sol para poderem abrir em todo o seu esplendor.

 

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E as giestas amarelas dançavam com abelhões, fazendo um zum-zum maravilhoso, numa valsa inesquecível.

 

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Do outro lado as andorinhas dançavam com Lisboa como cenário, num bailado frenético de alegria e movimento.

 

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Ainda hoje a grande festa continua, venham daí estão todos convidados a dar o seu melhor.

 

 

 

 

Alice Alfazema