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Alice Alfazema

Recortes do quotidiano: do meu, do teu, do seu, e dos outros.

Alice Alfazema

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Março dia 30 - Mulheres yazidi

30
Mar17

Nadia Murad e Lamiya Aji Bashar, laureadas com o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento de 2016

 

 

 

Duas mulheres yazidi que fugiram ao Estado Islâmico depois de terem sido forçadas a ser escravas sexuais dos extremistas foram distinguidas com o prémio Sakharov, o principal prémio europeu para os direitos humanos. O prémio Sakharov é atribuído todos os anos, desde 1988, pelo Parlamento Europeu, e é entregue “a indivíduos que deram um contributo excecional para a luta pelos direitos humanos em todo o mundo, chamando a atenção para as violações dos direitos humanos”.

 

Nadia Murad e a Lamiya Aji Bashar, duas mulheres sobreviventes da escravatura sexual do Estado Islâmico. Depois de conseguirem escapar aos extremistas, as mulheres tornaram-se embaixadoras da luta pelos direitos das mulheres afetadas pelo Estado Islâmico.

 

 

 

Nadia e Lamiya viviam na região de Sinjar, no Curdistão iraquiano, quando, em 2014, o Estado Islâmico invadiu a aldeia em que moravam e matou todos os homens. As mulheres (de todas as idades) foram escravizadas e vendidas várias vezes, e acabaram por ser usadas como escravas sexuais. Nadia perdeu os seus seis irmãos e a sua mãe, morta por não ter valor sexual. Bashar perdeu também o seu pai e os seus irmãos, e foi vendida cinco vezes, para ser forçada a construir bombas e coletes de explosivos para os militantes do Estado Islâmico.

 

Nadia Murad conseguiu escapar em 2014 das mãos do Estado Islâmico, com a ajuda de uma família vizinha. A jovem conseguiu dirigir-se para um campo de refugiados no norte do Iraque, seguindo depois para a Alemanha. Em dezembro de 2015, Nadia fez um discurso no Conselho de Segurança da ONU, na primeira reunião sobre tráfico humano. Na sua intervenção, contou a experiência da sua vida e pediu às Nações Unidas que acabassem com o Estado Islâmico.

 

Lamiya Aji Bashar conseguiu escapar em abril, para a região controlada pelo governo iraquiano. Durante o caminho da fuga, que passava por um campo minado, uma mina explodiu matando duas das raparigas que seguiam com ela e deixando-a praticamente cega, e com a cara desfigurada. Acabou por receber tratamento médico na Alemanha, juntamente com as suas irmãs, e desde então tem sido uma ativista pelos direitos da comunidade yazidi, uma minoria étnica e religiosa que vive no Curdistão, e que tem sido um dos principais alvos do Estado Islâmico.

 

 

Texto de João Francisco Gomes, retirado de Observador, ver mais aqui e no site do Parlamento Europeu.

 

 

 

 

Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.

 

 

 

 

 

 

A agência Sputnik pediu uma das mulheres-soldados do grupo armado feminino yazidi que nos contasse sobre a sua participação em operações militares.

 

 

A combatente Wadhat Khalil Salekh, de cabelo ruivo, que participa na libertação de Sinjar desde os primeiros dias de início da operação, contou que os grupos femininos, ao longo dos últimos meses, realizaram uma série de operações ofensivas para libertar as aldeias de militantes do Daesh. Suas unidades contam com várias centenas de mulheres que, junto com os homens, decidiram lutar contra os terroristas.

 

"Eu decidi me tornar membro do grupo feminino de Yekîneyên jinen Şengalê quando os militantes do Daesh iniciaram um genocídio contra o nosso povo em 2014. Agora eu estou participando da operação de Sinjar para libertar completamente o território dos terroristas", afirmou Wadhat, que tem apenas 22 anos.

 

 

Texto e fotografias retirados da  agência Sputnik, ver mais aqui.

 

 

 

Alice Alfazema

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